Na verdade, tu nunca sonhaste. Ou se sonhaste, não acreditaste no teu sonhar. Ou se sonhaste, sonhaste há tanto tempo que não te lembras de alguma vez ter falado a alguém dos teus sonhos. Falaste apenas contigo e deixaste morrê-los dentro de ti. Na verdade, tu nunca amaste, porque quem não sonha não sabe amar. Ou se julgaste amar, mais não fizeste do que precisar. Na verdade, tu nunca viveste. Ou se viveste, fizeste-lo a pensar na morte. Ou se viveste, fizeste-lo sem ninguém no coração. Na verdade, tu permitiste-te morrer em vida. Ou se não morreste, pelo menos deixaste de viver. E se deixaste de viver, deixaste de sonhar. Na verdade, tu deixaste-te aprisionar pela angústia, não daquilo que não sonhaste, mas daquilo que não te permitiste sonhar.”
José Micard Teixeira
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