Os homens públicos deveriam ser exemplos de dignidade.
Acabo de ler, uma vez mais, sobre "Hipácia"(1).
Sua história é apaixonante, como apaixonantes são as histórias das criaturas cuja essência é verdadeira, profunda e ampla.
É triste saber-se que seres assim são extremamente raros. O que mais se encontra são medíocres elevando-se a si próprios a patamares que nem em sonhos poderiam algum dia alcançar.
Este é o motivo, a meu ver, que faz o mundo ser como é.
A pequenez humana aqui reina quase absoluta. O bem parece ter sido sepultado.
Quanto ao mal, é só ouvir as notícias diuturnas todas que os meios de comunicação nos trazem. As manchetes, na maioria, informam as ocorrências mais hediondas possíveis (ou ’impossíveis’ para as mentes sadias entenderem, e muito menos, aceitarem). Não as transcreverei em detalhes, pois, infelizmente, são do conhecimento geral: maus tratos de toda a espécie aos idosos, às crianças, aos animais, às plantas...
Os reinos animal, vegetal e mesmo mineral são atacados impiedosamente por seres do reino animal... ’Pensantes’. Estes, não só ’pensam’, como premeditam e cometem atos reprováveis moralmente, quando não criminosos...
Agem mesmo pior do que os outros animais, os que ’não pensam’, vez que geralmente só matam para saciar a fome e sobreviverem.
Já o "Homo Sapiens", que de ’sábio’ nada tem, mata, estupra, abusa sexualmente de mulheres e crianças , furta, rouba, comete latrocínio, trafica drogas e tudo o mais que é tipificado como ’crime ’ não só pelo Código Penal, como pela consciência das criaturas de bem.
0s homens públicos, por sua vez, com raríssimas exceções, já se candidatam aos cargos que almejam, tendo mentiras como plataformas. Ao ascenderem ao "poder" sofrem de amnésia e, sem pejo algum, descaradamente, alguns dizem: "esqueçam-se do que escrevi, do que disse antes"... e por aí vai...
Outros, antes do ’poder’, atacam vigorosamente seus opositores e, ao serem eleitos e tomar assento nos cargos para os quais foram eleitos, não só repetem os mesmos ’erros’ de seus antecessores, como a ’edição’ dos mesmos vem bastante melhorada, encadernada e até com filetes de ouro como ornamento...
Quase todos os governos inauguram grande número de obras, mas inacabadas, contrariando a lógica, pois ’inaugurar’ exige, por definição, algo que já pode ser usado.
Quanto ao PAC, "EMPACOU", conforme a imprensa noticiou ... mas a ’mãe’ do PAC, refere-se ao mesmo como algo já concretizado... e o governo vem e diz: "há engano, não é ’bem assim’... Pergunto: então, como é que é ?
O Reizinho pretende, inclusive, tirar funções - prerrogativas do Tribunal de Contas da União, para que não fiscalize como o faz... Há algo para esconder?
E como ficam os princípios insculpidos na Constituição referentes aos atos públicos todos?(3)...
Deve-se prestar toda a atenção possível, pois o Executivo está, paulatina e disfarçadamente (nem tão ’disfarçadamente’...), além de ingerir-se nas decisões dos demais Poderes, tomando - ou tentando tomar, as rédeas dos dois demais Poderes em suas mãos.
É interessante notar-se que entre eles não há amizades, mas interesses, onde a troca de favores (que, ao fim e ao cabo, são pagos com o dinheiro do povo ), ocorre a céu aberto, qual fétido esgoto, para o qual contribuem suas ações.
Alianças são feitas com antigos inimigos: sorrisos, abraços, elogios são trocados, enquanto fotos para a posteridade são tiradas.
O dinheiro dos escorchantes impostos pagos pelos cidadãos é usado para fins pessoais, como ’doações’ para as ’teúdas e manteúdas’, viagens para a família, empregos para parentes, amigos e agregados e outros ... e ’ninguém sabia de coisa alguma’... chegaria a ser pueril, não fora falta mesmo de dignidade.
Acontecem também ’milagres’.
De um simples funcionário de zoológico, passou a empresário, após o pai ser presidente e, consoante saiu na mídia, o primeiro filho agora é um dos maiores, senão o maior criador de gado Nelore do Brasil e proprietário de vasta extensão de terras.
Juízes, cuja função é distribuir Justiça, usam exegese própria e criativa para atender pedidos políticos e auferirem vantagens, de uma ou outra forma. Há Há juízes honestos, sim, mas em muito são suplantados pelos que não o são.
O dia em que os homens públicos passarem a pensar mais no povo do que em si mesmos, será o início de uma nova era de desenvolvimento humano em todos os sentidos.
As 'igrejas' cujos fundadores se auto intitulam 'bispos', estão a proliferar como ervas daninhas, com o fito de enganar e roubar (2) os incautos fiéis. Desnecessário dizer que tais bispos, bispas, apóstolos e acólitos etc etc... estão com os bolsos cheios de dinheiro à custa dos óbulos de pessoas humildes e trabalhadoras.
Estão tão ricos, que se pode até pensar haver origem outra - até agora desconhecida, que tem contribuído para o amealhamento de suas fortunas.
Nada pior para uma nação do que religiões instituídas para beneficiar seus dirigentes.
Por outro lado, mesmo a Igreja Católica têm alguns padres pedófilos que, ao atuarem como tal, estragam para sempre a vida de inocentes crianças. Ademais, não se sabe de nenhum deles que tenha sido excomungado ou ido parar na cadeia e lá esteja cumprindo pena.
Assim, senhores leitores, ao abrir os jornais todas as manhãs, constata-se a forma desumana que estão atuando seres que se consideram humanos.
Conclusão ...
Não posso entender maldade alguma. Rebelo-me contra as iniqüidades todas existentes. Sinto-me como ’o texto fora do contexto’, se me é permitida a analogia.
Jesus veio ao Mundo para salvar-nos.
Os iluminados também indicaram-nos os caminhos. No entanto, quantos de nós seguem-lhes os ensinamentos?
Muito poucos, ou não haveria tanta destruição física, moral, ética, espiritual e intelectual.
A História da humanidade está, no presente, sendo escrita e reduzida ao que de pior existe sobre a Terra. Não estou a generalizar, pois isso seria além de perigoso, injusto.
Ainda há pessoas que se mantêm fiéis a si mesmas. São sinceras, boas, amigas, caridosas, fraternas... enfim, possuem as qualidades que as diferenciam positivamente das demais.
Sim, mas essas pessoas ’incomodam’ às almas pequenas ...
Criam, em conseqüência disso, um mundo só seu, que gostariam de dividir com os que lhes são semelhantes. Neste seu mundo, vicejam dos sentimentos, as idéias.
E escrevem.
Escrevem como eu e, possivelmente, como o leitor que me está a ler.
"Mirna Cavalcanti de Albuquerque"